Este é o mais recente trabalho fotográfico apresentado na Nazaré. Da autoria de Júlio Limpinho, natural da Nazaré, com um percurso profissional na área da Hotelaria e do Turismo, este trabalho complementa as várias exposições em que o autor participou, individual ou coletivamente. Júlio Limpinho com este trabalho procura retratar a sua Nazaré, através da observação de momentos que considerou de relevante interesse para a manutenção da Memória de uma terra que tanto ama. Júlio Limpinho é assumidamente um amante da fotografia e em particular, um Homem que conhece bem a História e a Identidade de um povo ligado ao Mar. Em breve irá ser publicada a 2ª edição deste seu primeiro trabalho, posto que se encontra quase esgotada a 1ª edição. Este é o primeiro trabalho de Júlio Limpinho que, com toda a certeza, terá continuidade em futuras exposições e/ou publicações. Para a aquisição da obra, poderão contactar o Autor, através do número 919 564 062 ou através do email: juliolimpinho@gmail.com
Hoje é o dia da Solenidade de Nossa Senhora da Nazaré. O dia 8 de setembro marca o calendário litúrgico das gentes da Nazaré, que acorrem à sua Santa Padroeira com a mesma devoção com que os seus antepassados o faziam. Trata-se de uma manifestação popular em que o sagrado e o profano comungam do mesmo espírito: prestar homenagem à Senhora da Nazaré. "Rogai por mim", diz este povo, frase passada de geração em geração, num ritual ainda diário para alguns, maior nos tempos em que a Nazaré vivia exclusivamente da pesca, mas em que muitos pescadores perdiam a vida na faina. Quantas vezes à vista de terra. Mas isso são contas de outro rosário.
Ainda antes do período da expansão ultramarina haveria o o nome de Nossa Senhora da Nazaré "navegar" nas rotas comerciais, através dos nomes das embarcações, a mais antiga, segundo a documentação, terá sido no tempo de D. Fernando (1345-1383) chegar a outras geografias. Fica, por isso, o registo documental da existência dessa embarcação que, segundo a nossa opinião, parece estabelecer no tempo o princípio da existência do Culto a Nossa Senhora da Nazaré, de que D. Fernando parece ter sido um fervoroso devoto.
«Séc. XIV – Reinado de D. Pedro I e D. Fernando I (1357 a 1383)No reinado de D. Fernando I, época em que já vemos bastantes naus prestando serviço entre nós, quer em transportes mercantes, quer em acções militares, uma delas somente, encontramos nomeada, a saber: NAZARÉ (S.TA MARIA DA).
Existia em 1382, isto é, em fins deste reinado [D. Fernando] e pertencia a D. Fernando, o que vale dizer que era do Estado e não de particulares.
Para aquele tempo, julgava-se grande barco; – “da nossa naao grande sancta Maria de Nazaré” – contêm o diploma que isenta o seu mestre, João Dominguez, de ser constrangido a satisfazer – “aquilo que ele hade pagar em cada ano das nossas casas em que ora mora na cidade de Lisboa”.»
Fonte:
FONSECA, Quirino da. Os portugueses no mar, Memórias Históricas e Arqueológicas das Naus de Portugal, 2ª Edição, Composto e Impresso no Instituto Hidrográfico, Lisboa, 1989.
Imagem: Autor desconhecido, policopiado, 1909. Espólio do Autor