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Pedra do Porto

História e Património do Concelho da Nazaré

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Isabel de Duetes, uma cirurgiã na Pederneira em 1550

Carlos Fidalgo, 29.03.20

91152020_521395058522237_8420641051504541696_n (2).pngO nosso amigo José Eduardo Lopes Coutinho, responsável pelo blog "Alfeizerão" http://alfeizerense.blogspot.com/, enviou-nos uma notícia deveras interessante sobre uma tal de Isabel de Duetes que foi nomeada cirurgiã na Pederneira por Carta Régia, no longínquo ano de 1550.

A referência a Isabel Duetes aparece numa outra publicação, mais recente, quando se refere que «temos a considerar as autorizações concedidas a Maria Anes (1517), Isabel de Duetes (1550), Isabel Rodrigues e Isabel Alvares (1552).»**

Aqui fica esta notícia, desconhecida da nossa parte, agradecendo ao nosso amigo a simpatia e a disponibilidade de partilhar esta tão interessante informação.

*VITERBO, Sousa, "Notícia sobre alguns médicos portuguêses ou que exerceram a sua profissão em Portugal - Subsídios para a história da medicina portuguêsa", p. 51, Pôrto, Tip. a vapor da «Enciclopédia Portuguesa», 1915.

**"O rostro feminino da expansão portuguesa: Congresso Internacional realizado em Lisboa", Portugal, 21-25 de Novembro de 1994, p.94.

Francisco dos Santos Anachoreta, de Marvila (Santarém)

Carlos Fidalgo, 28.03.20

Quando decidimos abordar o tema dos ílhavos na vila da Pederneira, trabalho esse que se encontra redigido a aguardar por melhores dias para ser apresentado, já tínhamos a noção que outros locais terão sido importantes para a consolidação social e económica do actual concelho da Nazaré, alertando para o facto que se pretendemos conhecer quem somos, teremos de saber de onde viemos.

Na verdade, talvez como no resto do litoral, vieram de todos os lados, à procura de melhores condições de vida, em romaria à Senhora da Nazaré, a banhos para tentar curar as maleitas do corpo e mais razões existiram para a sua vinda.

Também é verdade que muitos partiram, continuaram a sua jornada, fazendo do território da vila da Pederneira, um ponto de passagem na busca de um qualquer "paraíso" que lhes concedesse as condições necessárias para se estabelecerem. Não terá sido este o desígnio da Humanidade desde a sua emergência?

Outros, porém, vinham de passagem, mas já não voltavam às suas terras, como foi o caso de Francisco dos Santos Anachoreta, que se tinha deslocado a esta praia para vir a banhos.

Aqui encontrou o fim da sua vida, tendo sido sepultado nesse cemitério da Pederneira, onde repousam os antepassados de todos eles, os antepassados de todos nós.

O óbito ocorreu numa manhã de Setembro, tinha Francisco cinquenta anos, era proprietário e residia em Marvila, Santarém. Filho legítimo de José Joaquim da Silva Anachoreta e de Dona Maria Sabina da Silva Anachoreta, também naturais do mesmo local. Era casado com Dona Leonor da Encarnação Monteiro.

Nota-se, ainda, que não terá deixado descendência e que foi sepultado, como já referimos, no Cemitério público da Paróquia da Pederneira, "na fileira das campas".

O caso de José Joaquim dos Santos Anachoreta, é um entre muitos. Talvez por isso, se torne necessário partilhar os registos de outras origens geográficas, dando oportunidade a outros que descubram, quem sabe, algum antepassado seu.

Da nossa parte, como temos feito, continuaremos a contribuir.

ADLRA-Livro de Óbitos, 1895, Freguesia da Pederneira, f. 19v.