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Pedra do Porto

História e Património do Concelho da Nazaré

Pedra do Porto

História e Património do Concelho da Nazaré

Um casamento no Valado (1875). O pai da noiva era de Estarreja!!!

Carlos Fidalgo, 28.01.18

Consta desta forma o primeiro registo que aqui colocamos da actual Vila de Valado dos Frades. Isto apesar da documentação mencionar o topónimo apenas como Vallado e, mais modernamente, Valado.Sobre a associação do mesmo topónimo a "dos Frades" existem várias opiniões que, por ora, não debateremos.

1875 «Aos dezoito dias do mez de janeiro do anno de mil oitocentos setenta e cinco, pelas tres horas da tarde nesta Egreja Parochial de São Sebastião do Logar do Vallado, Concelho e Arcyprestado [?] de Alcobaça, Diocese de Lisboa na minha presença comparecerão os nubentes João Pereira Ferro e Anna da Silva Barril, os quaes sei serem os proprios, com todos os papeis do estylo correntes e sem impedimento algum canonico ou civil para o cazamento: elle de edade de quarenta e seis annos, de profissão agricola, solteiro natural e morador n'este logar, baptisado n'esta freguesia, filho legitimo de José Pereira Ferro e Maria Barqueira fallecidos, elle baptisado na freguesia de Nossa Senhora das Arêias da Pederneira, e ella n'esta freguesia em que forão moradores:ella de edade de trinta e nove annos, solteira, de profissão serviço domestico, natural e moradora n'este logar, baptisada nesta freguesia, filha legitima de Andre da Silva Teixeira e Francisca da Silva, fallecidos, natuares, elle de Estarreja, Bispado de Aveiro, e ella d'esta freguesia em que forão moradores, os quaes nubentes se receberão por marido e mulher, e os uni em Matrimonio, procedendo em todo este acto conforme o rito da Santa Madre Egreja Catholica Apostolica, Romana passando a residir nesta freguesia. Foram testemunhas presentes, que sei serem os proprios, João da Ignácia, pedreiro, Manoel do Coito, lavrador e Lourenço da Silva Barril, trabalhador, cazados moradores n'este Logar e freguesia. E para constar lavrei em duplicado este assento que depois de ser lido e conferido perante os conjuges e testemunhas, o assignei so por elles não saberem escrever. Era ut supra.

O Parocho Antonio da Silva Ramos Ferreira»*

*ADLRA: Livro de Casamentos, 1875, f. 4v

 

Naufrágio da barca norueguesa Undine

Carlos Fidalgo, 22.01.18

“ Aos quatro dias do mez de janeiro do anno de mil oitocentos noventa e oito, na praia do Norte desta freguesia de Santa Maria das Arêas da Pederneira, concelho d´Alcobaça, patriarcado de Lisboa, pelas seis horas da tarde, no sítio do Barrinho appareceu arrojado pelo mar um cadáver de homem corpolento indicando edade de trinta annos, parecendo ser um dos náufragos que tripulavam a barca noroguesa Undine = à qual à vista de terra no dia 20 do passado [dezembro] se havia submergido no mar fronteiro à Mina do Azeche, salvando-se só nove dos tripulantes que tendo saltado para uma pequena lancha da barca submersa vieram debaixo do maior prerigo fundear defronte da povoação Praia da Nazareth; teriam perecido todos senão fossem soccorridos por uma barca tripulada por [1v] pescadores desta praia entrando ao mar agitadíssimo recebendo nesta barca aquelles marinheiros da dita lancha quazi a sossubrar como havia succedido à outra em que haviam embarcado para salvarem-se os outros tripulantes (com) e capitão da barca Undine.O dito cadáver, feito pelas authoridades desta localidade o devido exame foi sepultado no cemitério publico desta parochia. E para constar lavrei em duplicado este assento que assigno. Era ut supra.O parochoJosé Pereira Garcia”*

Não se conseguiu identificar a localização dos topónimos de lugar: Barrinha e Mina de Azeche

*Arquivo Distrital de Leiria (ADLRA), Registos de óbito da freguesia da Pederneira da Nazaré: 1898-1898, fólio 1v a 2.Registo de óbito de 4 de janeiro de 1898

Nota José Soares, em "100 anos de naufrágios na costa da Nazaré", 1998, p. 55, o que segue: «Naufrágio da barca norueguesa Undine .Conta o capitão do porto Salles Henriques, em artigo publicado no número único da publicação já citada Pro Merito, de homenagem a Joaquim da Rita, que este denodado homem salvou sete tripulantes.» op.cit.

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